Alta nos casos de coqueluche reforça importância da vacinação para gestantes

Foram 263 confirmações, a maioria em bebês menores de um ano, e três óbitos em recém-nascidos ao longo de 2024 em SC.

Por Redação Oeste Mais

21/01/2025 12h40 - Atualizado em 21/01/2025 12h43



Santa Catarina registrou em 2024 o maior número de casos de coqueluche nos últimos 10 anos. Foram 263 confirmações, a maioria em bebês menores de um ano, e três óbitos em recém-nascidos, entre um e dois meses de idade. Para conter a doença, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da vacinação de gestantes e crianças, como forma de prevenção.

De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da SES, médico Fábio Gaudenzi, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica várias causas para o aumento dos casos de coqueluche nos últimos anos:

  • ▪ cobertura vacinal abaixo da meta, especialmente em crianças;
  • ▪ falta de vacinação ou o esquema incompleto nas populações;
  • ▪ diminuição da imunidade ao longo do tempo, o que pode levar a um aumento dos casos em adolescentes e adultos;
  • ▪ diagnóstico tardio e subnotificação em adultos, onde os sintomas podem ser confundidos com outras doenças respiratórias.

“Todas essas situações contribuem para a disseminação da doença. Esses fatores combinados explicam o aumento dos casos de coqueluche nos últimos anos, tornando a vacinação contínua e a monitoração de surtos uma medida essencial para o controle da doença”, explica Fábio.

Casos mais frequentes

A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os seis meses de idade, e a vacinação é a principal forma de controle. Durante o pré-natal, a vacina tríplice bacteriana (dTpa) oferece proteção contra difteria, tétano e coqueluche, doenças potencialmente perigosas. Desta forma, a mãe é imunizada e também consegue transmitir anticorpos para o bebê até que ele complete o esquema vacinal com a pentavalente. A vacina dTpa atingiu cobertura de 88,37% no ano de 2024.

Após o nascimento, é recomendado que o bebê receba três doses da vacina pentavalente: aos 2 meses, aos 4 e aos 6 meses de idade. Ela imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B. A cobertura vacinal em 2024 foi de 90,25%.

Ainda, a vacina tríplice bacteriana vem para reforçar a proteção da criança, aplicada aos 15 meses e nos 4 anos de idade. Todos os imunizantes fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis nos postos de saúde em Santa Catarina.

O que é a coqueluche

“A coqueluche é uma doença respiratória e o risco de complicação é maior nas crianças pequenas, abaixo de seis meses. É nessa idade que nós precisamos estar atentos a esse diagnóstico”, alerta o infectologista Marcos Paulo Guchert, diretor clínico do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.

Ele explica que a vacina durante a gravidez faz com que a mãe passe anticorpos para que a criança nasça e esteja protegida durante as primeiras semanas até receber as três doses de vacina no primeiro ano de vida, além dos dois reforços posteriores até os quatro anos de idade.

“É muito importante manter uma alta cobertura vacinal de toda a população para evitar que haja circulação da bactéria no nosso meio e, eventualmente, ela atinja essas crianças pequenas que ainda não tiveram a oportunidade de se vacinar”, reforça.

Sinais e sintomas

A coqueluche é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar.

No primeiro estágio, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:

  • ▪ mal-estar geral
  • ▪ corrimento nasal
  • ▪ tosse seca
  • ▪ febre baixa

Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer:

  • ▪ tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
  • ▪ tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
  • ▪ crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo

Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre 6 a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Na suspeita da doença, procure um serviço de saúde mais próximo de sua residência.


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