Por que tomamos choque ao encostar em algumas pessoas de vez em quando?

Fenômeno é comum quando há pouca umidade, entenda.

Por Redação Oeste Mais

30/04/2024 15h08 - Atualizado em 30/04/2024 15h09



Enquanto algumas descargas elétricas podem matar, outras são até inofensivas, mas podem surpreender, como quando tomamos ou damos choque apenas por encostar em alguma coisa ou em alguém.

"A sensação de choque ao tocar em outras pessoas ou objetos pode ocorrer devido ao acúmulo de eletricidade estática", esclarece Nicolly Machado, especialista em dermatologia pelo Centro de Medicina Especializada Ensino e Pesquisa (Cemepe), de Belo Horizonte (MG).

Se você acumulou elétrons, ao tocar em alguém menos carregado, a energia pode saltar de um corpo para o do outro. Os elétrons transferidos permanecerão nesse indivíduo até que ele entre em contato com algum objeto ou corpo eletricamente neutro, sem carga. A energia então é liberada e o equilíbrio volta a ser restaurado.

Fenômeno é comum quando há pouca umidade

Com menos umidade no ar, não há condução eficiente da carga elétrica para longe do corpo. Ou seja, ficamos mais carregados, e quanto maior a carga, mais fácil é tomar ou dar um choque. Além disso, quando a pele está seca, a resistência à eletricidade diminui em comparação à quando ela está oleosa.

"Tecidos sintéticos, como nylon e poliéster, assim como lã, podem causar sensações de choque devido à fricção com a pele seca. São materiais isolantes, que contribuem para o acúmulo de eletricidade estática", explica Jader Sobral, dermatologista e professor do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).

Como resultado do atrito com esses tecidos, é possível ter ainda efeitos como arrepios, estalos na pele e até soltar pequenas faíscas.

Nas pontas dos fios, o campo elétrico também é mais intenso e pode ser ativado com a fricção dos cabelos, por exemplo, contra travesseiros ou mesmo com o ato de escovar forte.

Como evitar acúmulos e desconfortos?

Metais como cobre, alumínio e ferro são excelentes condutores de eletricidade. Ao tocá-los, a carga elétrica acumulada flui rapidamente. Mas geralmente quem toca em torneira, corrimão ou maçaneta faz isso sem saber e se assusta com os elétrons passando do corpo em alta velocidade.

Esse choque é pequeno, de curta duração e não prejudicial. Porém, se você não quiser liberar energia estática, o jeito é tentar não a acumular.

A dermatologista Nicolly indica algumas medidas, como aumentar a umidade do corpo, beber água regularmente e usar umidificador nos ambientes secos, para manter a hidratação.

"Produtos (loções e cremes) com vitamina E, ceramidas e ácido hialurônico podem ajudar a diminuir o atrito e o acúmulo de eletricidade estática, pois protegem e reforçam a barreira cutânea. Evitar tecidos sintéticos e optar por roupas de algodão ou seda também", acrescenta a médica.

Outros recursos complementares são:

► Finalizar a lavagem do cabelo com jato de água fria, que reduz a eletricidade estática nos fios.

► Evitar caminhar com solas de borracha sobre superfícies de tecido (tapetes e carpetes de lã e sintéticos), para não acumular e reter energia estática no corpo,

► Preferir calçados com sola de couro e que são melhores condutores,

► Ter plantas em casa e em outros ambientes internos para elevar a umidade,

► Aplicar sprays antiestáticos. Disponíveis no mercado, eles podem ser usados em tecidos e superfícies para minimizar a aderência de poeira e a secura, evitando choques em ambientes internos.

Com informações do Uol


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