O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que o motorista responsável por um grave acidente de trânsito que resultou na morte de duas pessoas, em Ponte Serrada, teria convidado outro condutor para participar de um racha momentos antes da colisão.
O acidente ocorreu na madrugada do dia 17 de maio de 2019, na BR-282. Estiveram envolvidos um Volkswagen Jetta, conduzido por Fernando José Drey, que levava como passageiro Fábio Garbozza, de 30 anos, e um Fiat Uno dirigido por Gabriel Tormen, de 19 anos. Fábio e Gabriel morreram na hora.
O julgamento de Fernando aconteceu nesta terça-feira, dia 6, e resultou na condenação dele a 16 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento das custas processuais. Os jurados reconheceram que ele assumiu o risco de provocar as mortes ao dirigir em alta velocidade, embriagado, e ao se afastar do local do crime sem prestar socorro.
Segundo o MPSC, Fernando havia participado de uma confraternização onde consumiu bebidas alcoólicas com amigos. Após o encontro, ele e Fábio seguiram até uma casa noturna. No local, conforme o MPSC, o réu teria convidado um cliente para disputar um racha, proposta que foi recusada.
Apesar disso, Fernando deixou o estabelecimento e continuou dirigindo em alta velocidade pela BR-282, cuja velocidade máxima permitida no trecho é de 80 km/h. Ao tentar atravessar o trevo secundário da cidade — onde hoje há um radar de 60 km/h, mas que na época não existia — o Uno de Gabriel, que atravessava a pista, foi atingido lateralmente pelo Jetta.
A perícia apontou que o velocímetro do carro de Fernando travou em 185 km/h. O impacto foi tão violento que Gabriel foi arremessado a 47 metros do ponto da colisão. Já Fábio, passageiro do Jetta, foi lançado pelo teto solar do veículo, percorrendo 134 metros até o local onde caiu. Ambos morreram no local.
Testemunhas afirmaram que Fernando foi retirado do carro por uma pessoa que passava pela rodovia, mas fugiu sem aguardar o socorro, que já havia sido acionado. Ele só se apresentou à polícia seis dias depois. Em depoimento, alegou não se lembrar do acidente.
O laudo da Polícia Civil também informou que a perícia feita no trecho do acidente não constatou sinal de freada do Jetta. Com base na velocidade do carro, a estimativa é que depois de passar por um radar desativado, ele chegou ao trevo onde ocorreu a batida em apenas três segundos. Na velocidade de 80 km/h, também segundo as investigações, levaria mais de dez segundos para percorrer o trecho de aproximadamente 300 metros.
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