A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) está utilizando tecnologias de última geração para encontrar e combater vazamentos ocultos — aqueles que não aparecem na superfície, mas causam grandes perdas de água e afetam o abastecimento.
Em Canoinhas, no Norte catarinense, uma varredura realizada entre janeiro e fevereiro usou a tecnologia 4Fluid Móvel, que combina inteligência artificial com sensores geofônicos para identificar possíveis vazamentos. O sistema analisa ruídos gerados pela água em movimento e aponta locais suspeitos, que depois são verificados por um técnico especializado com o uso de geofones mecânicos.
Além de localizar vazamentos, essa tecnologia também consegue identificar fraudes e outras irregularidades na rede. Os dados são transmitidos em tempo real para um aplicativo que monitora o trabalho das equipes em campo. Até agora, foram feitas 19.800 coletas de dados, resultando na descoberta de 86 vazamentos — 38 em ramais, 6 em redes principais e 42 em cavaletes.
Em Chapecó, na região Oeste, a Casan está usando satélites israelenses, originalmente desenvolvidos para procurar água em Marte. Conforme a Companhia, embora a missão no planeta vermelho ainda não tenha dado resultados, aqui na Terra o desempenho tem impressionado: com apenas 12% da área contratada analisada com geofones, o satélite já ajudou a localizar 17 vazamentos — 15 deles ocultos.
Esse sistema funciona por meio de sensores que medem a condutividade elétrica da superfície da Terra, capazes de identificar a assinatura específica da água potável. O uso dessa tecnologia aumentou em 1005% a detecção de vazamentos ocultos em relação aos métodos tradicionais, e melhorou em 162% a eficiência das equipes de campo.