Caso do 'Padre do Balão' completa 15 anos; relembre a história
Religioso embarcou no Paraná para um voo com balões de gás hélio; intenção era chegar ao MS
Por Giulia Sacchetti Ferreira
20/04/2023 14h44
No dia 20 de abril de 2008, há 15 anos, o padre Adelir de Carli embarcava em uma cadeira sustentada por 1000 balões de festa cheios de gás hélio, em Paranaguá, interior do Paraná, para tentar completar uma viagem de 20 horas até a cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul.
O fato deveria chamar a atenção para um projeto social que tinha como objetivo ajudar caminhoneiros. A viagem também daria ao religioso o recorde mundial de voo com balões de festa.
Entretanto, o mau tempo transformou a aventura em tragédia. O vento forte arrastou o homem para o mar e, dois meses e meio depois, seu corpo foi encontrado por um rebocador da Petrobras na costa do município de Maricá, no Rio de Janeiro.
Antes de embarcar, Carli foi questionado por um repórter se não era “teimosia” embarcar com o tempo chuvoso, mas o homem respondeu que em cerca de dez minutos estaria acima das nuvens e, por isso, não seria atrapalhado pelo clima. De fato, em cerca de 20 minutos, os balões já estavam a quase 6 quilômetros de altura, muito acima do que era esperado por sua equipe.
“Graças a Deus estou bem de saúde, consciência tranquila, tá muito frio aqui em cima, mas tá tudo bem”, disse pouco após sua partida, em conversa com a equipe. Horas depois de decolar, no entanto, ele telefonou para os bombeiros para dizer que precisava de ajuda para operar um GPS que carregava consigo e, mais tarde, depois de 8 horas viajando, próximo do litoral catarinense, ligou novamente dizendo que iria cair.
Experiências aéreas
O padre era considerado um paraquedista experiente e, em janeiro do mesmo ano, já havia realizado um voo teste de 4 horas até a Argentina, também utilizando balões. Ele levava consigo, além de GPS e celular, outros equipamentos de segurança, como paraquedas, salva-vidas e roupas impermeáveis.
Quem era o padre
Adelir Antônio de Carli nasceu em Ampére, no Paraná, em 8 de fevereiro de 1967. Tornou-se padre em agosto de 2003 e assumiu a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá, no ano seguinte. Também em 2004 criou a Pastoral Rodoviária, um projeto de prestação de serviços de caminhoneiros que trafegavam na região.
Com informações do g1 e Veja
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