Empresário de Irani constrói monumentos que homenageiam personagens da Guerra do Contestado

Gilmar Ribas usou sucatas automotivas, doadas por mecânicas da região, para construir as estátuas

Por Kiane Berté

16/06/2020 14h11



Replica da metralhadora, Combatente, Caboclo e Ervateiro (Foto: Arquivo pessoal)

Criar esculturas com restos de metal. Um passatempo que virou praticamente a segunda profissão do empresário Gilmar Ribas, de 57 anos. Através de doações de sucatas automotivas de mecânicas da região, ele passou a soldar uma peça na outra para criar monumentos que homenageiam personagens da Guerra do Contestado, episódio que marcou o conflito armado ocorrido na região entre 1912 e 1916.

“Eu comecei a fazer, porque aqui é a terra do Caboclo e, quando vi, já tinha um monte de estátua pronta”, explica ele, que faz um esboço e estuda cada personagem para montar e dar forma às esculturas.

Com muita paciência, Gilmar conseguiu desenvolver oito estátuas, que foram espalhadas pelo município de Irani, cidade onde o empresário, dono de uma eletrônica, reside com a família.

A ideia de construir os monumentos da guerra ocorreu para manter viva a lembrança da população ao este importante fato histórico. Junto das estátuas, Gilmar e colaboradores até colocaram bancos para que os visitantes possam sentar e apreciar o cenário.

Berço do Contestado, homenagem ao Monge José Maria (Foto: Arquivo pessoal)

Conforme Ribas, foram mais de 18 meses trabalhando em cima dos monumentos e, com a ajuda de alguns funcionários, o trabalho de algumas obras foram mais fáceis e levaram questão de semanas.

“O que mais deu trabalho foi o caboclo, os outros foram mais tranquilo. Em duas semanas eu deixava pronto, porque não trabalhava direto nelas. Eu achava as peças todas que precisava e montava”, conta.

Do trabalho criativo com ferro velho surgiu a réplica da metralhadora, o Combatente, o Caboclo – que é símbolo na região, o Ervateiro – que foi expulso das terras do Contestado durante as guerras, o soldado militar, Maria Rosa e o Monge José Maria.

Além dos personagens do Contestado, Gilmar criou um Mister Cheff para uma empresa de Irani, como modo de divulgação de hotel e de um restaurante. Ele também criou um soldado do Corpo de Bombeiros, que foi montado em frente ao batalhão da corporação em Irani.

Todas as obras feitas por ele vieram do ferro velho, das sobras de peças de carros que davam problema, como amortecedor, bandeja, proteção de motor, sendo todas peças inteiras e soldadas.

Boneco que ilustra os bombeiros de Irani (Foto: Arquivo pessoal)

Grupo de turismo

Gilmar faz parte da diretoria do grupo de turismo em Irani, onde é vice-presidente. Nesse grupo, que muitas vezes reúne até 100 pessoas, os membros realizam melhorias pela cidade nos finais de semana.

Os mutirões são organizados e os próprios moradores trabalham juntos para deixar a cidade mais bonita para os visitantes. Segundo Gilmar Ribas, já foi feito um passeio atrás da conhecida Prainha de Irani, escadarias com pneus, bancos com material reciclável e outros trabalhos em prol da comunidade.


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