Imagine a cena: você, empreendedor, entra na sala da sua equipe, dá uma ordem clara – "Quero isso pronto até sexta!" – e todos assentem, pegam suas canetas e começam a trabalhar. Parece o sonho de qualquer líder, certo? Mas, no fundo, algo não está bem. As tarefas são cumpridas, mas ninguém sugere uma ideia nova, aponta um problema antes que ele exploda ou toma a iniciativa de resolver algo sem um empurrão seu. Se sua equipe só obedece ordens, sinto dizer: você pode estar dirigindo uma máquina, não construindo um negócio vivo e inovador. Vamos conversar sobre como mudar isso?
Tem um peso na equipe que só diz "sim" . No Brasil, onde o empreendedorismo muitas vezes nasce da necessidade e da garra, é comum ver equipes acostumadas a seguir instruções sem questionar. Afinal, em um cenário de recursos escassos e prazos apertados, "fazer o que foi mandado" pode parecer eficiente. Mas essa obediência cega tem um custo alto: ela mata a criatividade, sufoca a inovação e transforma sua empresa em um lugar onde problemas só aparecem quando já viraram crise. Uma equipe que não pensa, não cresce – e, pior, não ajuda você a crescer.
A boa notícia? Você pode transformar esse cenário. Criar uma cultura onde as pessoas executam, colaboram, criam e resolvam, isso será um diferencial para sua empresa. Vamos explorar como fazer isso passo a passo.
Uma equipe que só obedece espera que você aponte os problemas. Uma equipe engajada os encontra antes de você. Para isso, estimule a curiosidade: "O que vocês notaram que não está funcionando?" ou "Se fossem donos daqui, o que mudariam?". Quando um colaborador identificar algo, peça que sugira uma solução – e, se possível, deixe-o testar. Isso cria um senso de dono, essencial para qualquer negócio. Pense na Toyota: o famoso "kaizen" (melhoria contínua) só funciona porque todos, do chão de fábrica à gestão, estão atentos e proativos.
Estimule a criatividade. Reserve 30 minutos por semana para um brainstorming sem amarras, onde qualquer ideia vale. Pergunte: "Como podemos melhorar o que fazemos?" ou "O que está nos irritando que ninguém resolveu ainda?". No começo, pode haver silêncio, mas persista – as melhores ideias surgem quando as pessoas se sentem seguras para falar.
Se cada um na sua equipe só faz o seu quadrado, você tem um grupo de ilhas, não um time. Fomente a colaboração com projetos que exijam troca – um plano de vendas que envolve marketing e logística, por exemplo. Reúna pessoas de áreas diferentes para resolver um desafio comum. O resultado? Soluções mais ricas e um time que se sente parte de algo maior.
Um lugar onde as pessoas têm medo de errar ou de falar é um cemitério de ideias. Crie um ambiente leve, onde perguntas são bem-vindas e opiniões, ouvidas. Pequenas ações contam: um "obrigado" sincero, um cafezinho descontraído com o time, ou até um mural onde todos podem deixar sugestões. Quando as pessoas se sentem à vontade, elas se abrem – e é aí que a mágica acontece.
Esqueça aquelas placas bonitas com "missão, visão e valores" que ninguém lê. Sua empresa precisa de um propósito que pulse – algo que diga por que vocês existem além de lucrar. "Tornar a vida dos clientes mais fácil" ou "fazer o melhor pão do bairro". Quando o time acredita na causa, ele não só obedece – ele se dedica. Pergunte: "Por que fazemos o que fazemos?" e use a resposta para inspirar todos os dias.
Uma equipe que pensa, cria e resolve!
Desafio: "30 Dias para Despertar Sua Equipe"
Quer tirar sua equipe do piloto automático e criar um time que pensa, cria e resolve? Aqui vai um desafio prático para os próximos 30 dias, feito sob medida para você, empreendedor:
1. Semana 1 – Propósito (7 dias): Reúna sua equipe por 15 minutos e pergunte: "Por que fazemos o que fazemos?". Anote as respostas e, juntos, criem uma frase simples que resume o propósito da empresa. Coloque-a em um lugar visível e mencione-a diariamente.
2. Semana 2 – Escuta (7 dias): Escolha um dia para ouvir cada colaborador individualmente por 5 minutos. Pergunte: "O que te motiva aqui?" e "O que poderíamos melhorar?". Anote tudo e, no fim da semana, compartilhe uma ação que você vai tomar baseada no que ouviu.
3. Semana 3 – Criatividade (7 dias): Proponha um desafio leve: "Como podemos melhorar um processo ou produto?". Faça um brainstorming em grupo e teste a ideia mais votada em pequena escala até o fim da semana. Avalie os resultados juntos.
4. Semana 4 – Autonomia (7 dias): Escolha uma tarefa simples que você costuma mandar e delegue com liberdade: "Quero isso até sexta, mas você decide como fazer". No fim, peça feedback: "O que achou de ter essa autonomia?".
5. Dia 30 – Celebração (1 dia): Reúna o time, celebre o que mudou nesses 30 dias e pergunte: "O que queremos conquistar juntos agora?". Defina um próximo passo coletivo.
Topa o desafio? Sua equipe está esperando por você!
► Quer trocar uma ideia, enviar comentários, críticas e sugestões: www.instagram.com/gustavodamschi
Com 18 anos de experiência em economia, 16 anos como empreendedor, 9 anos como professor e 26 anos enxadrista, sou apaixonado por inovação, criatividade, negócios e inspirar pessoas. Insta: @gustavodamschi
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