Montanha russa e o Cacau que dá Show


Por Helen Jung

22/02/2024 17h02



Uma doce notícia circulou essa semana pelos maiores portais de economia do Brasil: a compra realizada pela gigante Cacau Show do Grupo Playcenter, o primeiro parque de diversões de grande porte do Brasil.

A primeira pergunta que corre entre a mente das pessoas, por consequência, é: qual o motivo de uma empresa que vende chocolates comprar um parque de diversões? Como para toda pergunta existe uma resposta, resolvi trazer a minha visão sobre essa questão, claro, com a ótica de marketeira.

A era da experiência no consumo tem se elevado drasticamente nos últimos anos, muito por consequência das inovações advindas das tecnologias. Com a emergência de marcas presentes por todos os lados e a pulverização dos canais de marketing, a possibilidade de expor seus produtos e serviços cresceu. Em contrapartida, a atenção que as pessoas dão para as marcas diminuiu. Afinal, estamos em um mundo globalizado onde, se possível e se você lembrar, você respira - dada a velocidade com que as coisas estão acontecendo.

Dito isso, e voltando ao caso da Cacau Show que agora promete ainda mais dar Show nos ares junto a montanhas russas, percebe-se que ampliar a presença da marca em diversos momentos de vida das pessoas é fundamental para que ela fique presente na mente do cliente.

Isso é tão verdade que o próprio Ale Costa, fundador e CEO da Cacau Show disse, em vídeo de suas redes sociais, as seguintes palavras: "Vivemos para, juntos, tocar a vida das pessoas, compartilhando momentos especiais. Estamos ansiosos para integrar o Grupo Playcenter a família Cacau Show, oferecendo ainda mais valor aos nossos clientes. Durante os nossos primeiros 35 anos de história, o Cacau e o chocolate sempre estiveram presentes em nossa marca e, agora [e nos próximos anos], chegou o momento de enfatizarmos ainda mais o nosso Show, que agora vai além do nosso produto".

(Foto: G1)

Dar vida para uma marca, olhando em quais espaços do cotidiano do cliente ela pode contribuir e participar, eleva o marketing a outro patamar. O fato é que fazer apenas o básico "eu anuncio, você compra" já está fora de cogitação.

Ainda falando de chocolates e das gigantes dessa área, outro exemplo claro de estratégia inovadora implantada para reforçar o branding é o da marca Bis. Um estádio conhecidíssimo. Um chocolate ainda mais conhecido. O que os dois têm a ver? Nada até que se prove ao contrário. E foi o contrário que foi provado, por meio da compra do naming rights do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, que passou a se chamar MorumBIS.

É ou não é divertido ver como as marcas se moldam às necessidades dos clientes e ver como uma certeza de hoje pode não ser a de amanhã?

A Brasil Cacau que se cuide, pois apesar de ter em seu nome Brasil, o Cacau que vem dando Show no território das notícias nacionais é outro.

Helen Jung

Empreendedora, publicitária e especialista em marketing e comunicação. Há mais de uma década, uma verdadeira entusiasta sobre esses assuntos. Insta @helendjung

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